terça-feira, 3 de maio de 2011

sobre o novo ou "nada novo sob o sol"

"As inovações e o volume de informação parecem soterrar todo o passado, dando-nos a sensação de vivermos no eterno presente, ficcional ou virtual e, por que não dizer, mítico; transformando a produção do novo em objetivo em si, mais do que em ferramenta de viabilização de mais felicidade e/ou mais justiça social.


Isso acaba por forjar um tempo fugaz, instável, fluido, mas permanentemente presente, resistente à crítica, resultante único e desejado de todas as sociedades.


Demais formas de organização social são, assim, consideradas fadadas ao fracasso ou à adaptação face ao que se chama "sistema mundial", ou "globalização", ou ainda "pensamento único"; acaba-se assim por impor uma só norma e um único método capaz de organizar o saber sobre o homem em sociedade.


Todo este processo produz uma espécie de incapacidade de ver o diferente como diferente, e não como inferior, tolo, incapaz, marginal, criminoso, inadaptado, exótico, produto. Enfim: tudo redunda em continuidade, a despeito do discurso elogioso do novo (repetitivo e desgastado - o novo panacéia)."

Adaptado de: THEML, Neyde & BUSTAMANTE, Regina. História comparada: olhares plurais. Revista de História Comparada. v. 1. n. 1. junho de 2007.

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