terça-feira, 26 de julho de 2011

melancolia

"Rapazes, não confundam minha calma com a melancolia comum. Não tem melancolia nenhuma aqui. Sou feliz. Estou convencido que cumpro o destino que deviam ter meu corpo em sua transformação, minha alma em sua finalidade.
E passo bem, muito obrigado."

terça-feira, 3 de maio de 2011

Capitalismo, uma história de amor - filme

Teoria sobre o capitalismo:
--> capitalismo: gera concorrência: gera excelência: seleção do melhor.
Verdade sobre o capitalismo:
--> grande capital: inibe a concorrência, ou se aproveita da ausência dela (num caso de guerra, por ex): apresenta qualquer bosta que enriqueça ainda mais os que já são ricos.

Força do grande capital:
X sindicatos
- trabalhadores
+ desempregados
> produtividade
+ encarcerados
> venda de anti-depressivos.

O capitalismo contra os norte-americanos:
X empregos/ desempregos em massa, em nome da proteção do lucro dos patrões;
X hipotecas/ incentivo à dívida, enforcamento monetário, tomada das moradias, venda e lucro;
X democracia/ promoção do medo e manipulação da massa (caso da guerra do Iraque e dos empréstimos concedidos aos bancos, no governo Bush);
X liberdades/ jovens encarcerados pelo sistema privado, lucro de empresários da área e de juízes corruptos;
X salários decentes para profissões importantes, como a dos pilotos;
X melhores profissionais em profissionais que sirvam à humanidade (para pagar a universidade --> dívidas --> para pagar as dívidas --> empregos em bancos, com "derivativos"/ complicados sistemas de aposta; aliás, propositalmente complicados);
X vida/ lucro com mortes: em guerras ou através de apólices em nome de empregados;
X igualdade: bancos e grandes investidores não prestam contas; não existe justiça trabalhista.

Cinismo capitalista:
Convence as vítimas do sistema a apoiar o sistema.
Esperanças de que "um dia chego lá". Esperança vã.

Novas desculpas para o mesmo sistema:
Existe hoje corrente a visão de que a política não funciona, mas individualmente, cada um de nós, como consumidores e trabalhadores (engrenagens do sistema), pode mudar as relações sociais... até que essas mudanças se tornem norma generalizada.
Acho cabível, e vem de encontro às idéias de Fresco... Mas deve-se sempre atentar para o perigo da individualização excessiva.

Zeitgeist - o filme


    Partes:
    1. A maior história já contada.
    2. O mundo inteiro é um palco.
    3. Não se importem com os homens atrás da cortina.

    Idéias fundamentais:

    1. Capitalismo é dívida!!! Capitalismo é desigualdade!!! Capitalismo não é liberdade, é prisão!
    Dinheiro (de homens, mulheres, ou empresas gigantescas) à empréstimo à dívida à Trabalho.
    Empréstimos fracionados e dinheiro fictício = para empresas gigantescas/ ricos.
    Por isso: trabalho da classe média e dos pobres = escravidão moderna.


    2. Capitalismo é anti-democracia.
    2.1. Internacionalmente falando...
    * FMI/Estados Unidos (poder de veto – maior capital via empréstimos fracionados) à geram dívidas reais e dependência em diversos países do globo.
    Tendo isso em vista, como se relacionam com diversos países do globo?
    1º. Negociam
    2º Enviam assassinos econômicos
    3º Deflagram guerra
    2.2. Dentro dos EUA...
    a) Imprensa mentirosa: 
    Serve àqueles mesmos interesses empresariais.
    Tem apoio internacional, é contagiosa, epidemia de miopia.
    Exemplo: a verdade é que a Al Qeda não existe!!!

    b) Relação entre governo (Democratas ou Republicanos) e empresas:
    - Corrupção no governo; 
    - Política é uma instituição falsa: só faz à leis, orçamento e guerra;
    - Leis, orçamento e guerra são desnecessários.
    - Política serve para empregar uns poucos, e desviar a atenção de uns muitos.


    3. Capitalismo não produz excelência:
    - Não, empresas não se importam com as pessoas;
    - Ninguém confia em ninguém; corrupção nas relações,  X eficiência, X sustentabilidade.


    4. Estrutura lógica básica do funcionamento do sistema (capitalismo, socialismo, comunismo, nazismo):

    Monetarismo -(precisa de)–> lucro -(precisa de)–> desigualdade
    desigualdade -(implica em)–> criminalidade -(precisa de)–> leis.
    Leis não são naturalmente necessárias!
    Situação de: guerras, crises econômicas e injustiça; solução: diversão fútil e materialista.
    Futilidade não é natural do homem!

    5. Soluções propostas:


    Projeto Venus:
    ·         acabam-se publicitários, banqueiros e corretores da bolsa.
    ·         os políticos deveriam entender de à tecnologia e ciências humanas
    ·         X escassez programada, X monetarismo.
    ·         economia baseada em recursos. DESEJO DE GERAR ABUNDÂNCIA!
    ·         energia solar, eólica (3 estados suficientes para abastecer 50 nos EUA), energia das ondas do mar (50% de toda a energia necessária no planeta inteiro), energia geotérmica.
    ·         máquinas que libertam os seres humanos, e não os desempregam.
    ·         soluções técnicas para os problemas em sociedade, e não a criação de leis.

    Estratégias para chegar lá:
    ·         Expor as fraudes bancárias; boicotar Citibank, JP Morgan Chase, Bank of America.
    ·         Desligar o noticiário da TV; boicotar CNN, FOX, ABC, NBC.
    ·         Boicotar o Exército: 18 suicídios por dia de veteranos de guerra em todo o país; 25% dos sem teto em todo país são veteranos.
    ·         Boicotar as companhias de energia: em uma casa: buscar energia sustentável; em um carro: nunca usar gasolina.
    ·         Não votar. Boicotar a democracia monetarista hipócrita.
    ·         Juntar-se ao movimento, divulgando e fazendo circular informações sobre tecnologia.


    sobre o novo ou "nada novo sob o sol"

    "As inovações e o volume de informação parecem soterrar todo o passado, dando-nos a sensação de vivermos no eterno presente, ficcional ou virtual e, por que não dizer, mítico; transformando a produção do novo em objetivo em si, mais do que em ferramenta de viabilização de mais felicidade e/ou mais justiça social.


    Isso acaba por forjar um tempo fugaz, instável, fluido, mas permanentemente presente, resistente à crítica, resultante único e desejado de todas as sociedades.


    Demais formas de organização social são, assim, consideradas fadadas ao fracasso ou à adaptação face ao que se chama "sistema mundial", ou "globalização", ou ainda "pensamento único"; acaba-se assim por impor uma só norma e um único método capaz de organizar o saber sobre o homem em sociedade.


    Todo este processo produz uma espécie de incapacidade de ver o diferente como diferente, e não como inferior, tolo, incapaz, marginal, criminoso, inadaptado, exótico, produto. Enfim: tudo redunda em continuidade, a despeito do discurso elogioso do novo (repetitivo e desgastado - o novo panacéia)."

    Adaptado de: THEML, Neyde & BUSTAMANTE, Regina. História comparada: olhares plurais. Revista de História Comparada. v. 1. n. 1. junho de 2007.

    quarta-feira, 13 de abril de 2011

    Clarice Lispector

    Felicidade:
    "Querida, divirta-se, vá ao cinema, vá a lugares bons, leia os livros que você quiser, faça um pouco de regime, fique contente."

    "Por favor sejam felizes; eu o sou, a meu modo."

    "Maury, ao contrário do que eu pensava, só está em Nápoles há poucos dias, tendo ficado em Argel por um tempo com o resto da comitiva. Assim foi bom porque ele ficou com o irmão; o que eu gostaria de estar fazendo."

    "Um dia desses fomos ouvir Lohengrin e não gostei. Ópera é chata como ela só. E apesar de ser Wagner era pau e cansativa. O que eu sinto falta aqui é da Cinelândia, cheia de cinemas onde eu podia entrar a hora em que quisesse, sozinha ou acompanhada."
    "Minha irmãzinha querida, que vontade de abraçar você que me deu! Não sei quando irei ao Brasil, mas irei com você ao cinema e compraremos doces para nos enjoarmos bem enquanto assistimos o filme policial."

    Amor:
    "Diante de um começo de cena que eu fiz, horrivelmente magoada, ouvi de novo o que eu sabia desde sempre - sempre fui um pouco cínica - : a de que os homens são assim mesmo, que possivelmente a monogamia não seja o estado ideal, que naturalmente ele sente atração pelas mulheres; que a sensação é de um deslumbramento e timidez; disse que eu não interpretasse demais, mas que era uma vaga sensação de vaidade de alguém poder gostar dele.

    Perguntei: então você se sente na sociedade (vínhamos de estar com pessoas) como um rapaz que vai à festa? Ele respondeu que sim. Mas que eu seria sempre a melhor de todas e outras coisas do gênero. Que certamente sempre ele se controlava. Naturalmente até agora nunca houve nada. Em suma, é isso que você sabe.

    Eu sei que sou bem ordinária, sei que sou a pior; nunca pensei que uma pessoa, um homem, fosse diferente; mas como me sinto mal, como estou calcinada, como me parece estranho tudo o que me parecia familiar.

    Estou tão enjoada de mim e de todas as outras mulheres... Não tenho a menor confiança em mim, basta uma carinha bonita, um braço de fora, um andar mais gracioso, para eu, por assim dizer, cair de mim. Me sinto como uma pessoa que se não fizer alguma coisa que a reabilite, se afoga.

    Para não ser tão humilhada e pisada eu procuro me interessar por homens mas isso me cansa, e pior me desvia do meu trabalho que é a coisa mais verdadeira e possível que eu tenho. O resto é sensibilidade ferida, é insatisfação, é absoluta insegurança, é incompreensão do presente, é indecisão quanto aos próprios sentimentos."
    .
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    Registros de viagem:
    "A vida é igual em toda parte e o que é necessário é a gente ser a gente."

    África, 1944:
    Tallah, Kabbe e Sasstown: "As negras de busto nu nos lugares onde eles aportaram, elas usam qualquer coisa para tapar, mas com uma displicência que dá no mesmo. De repente a gente ouve uns negrinhos gritarem: hello! Adoram dar adeus e riem tanto que a gente fica encabulada. Umas crianças têm o umbigo tão grande como laranjas. São tão, tão negros que Marcinha jamais chamaria aquela cor de "marrão". As negras jovens pintam o rosto com traços de creme e o lábio inferior com tinta cor de azinhavre, de chumbo. Uma delas me pediu meus sapatos. Carregam os filhos às costas."

    "Os negros andam em Bolama com roupas parecidas às dos árabes, se bem que diferentes em cor e em modo de atar (o que torna, enfim, tudo diferente...). E falam português de Portugal, imaginem."

    "Dakar é muito bonito, grande, mas o aspecto é de cidade pequena. Tem praias com rochedo, lindas. Mas faz um calor insuportável."

    "O avião estava cheio de missionários. Não sei para que vão perturbar os pobres negros."

    Portugueses:
    "Viajei também com vários, todos ligeiramente burros."

    "Quando estive em Lisboa que não está em guerra, fiquei boba. Não se dá um passo sem que alguém não peça esmola. E me disseram que a prostituição lá é terrível, abundantíssima e desde a idade de 13, 14 anos. A guerra é boa talvez no sentido de chamar a atenção para certos problemas. Talvez incorporem estes na resolução de outros propriamente de guerra."

    "Lisboa não me agradou. Eu pensava encontrar coisa diferente. O Rio é milhões de vezes mais bonito e mais cidade. Os portugueses são paus. As portuguesas não se vestem bem, têm todas mandíbulas de cão e rosto meio duro. Estou chateada aqui. Encontrei Ribeiro Couto, da Embaixada, que me levou a passeios realmente bonitos. Mas estou chateada. Imaginem que aqui às 10 horas da noite faz sol ainda. é detestável. Não estou tendo prazer em viajar.Gostaria de estar aí com vocês."

    segunda-feira, 11 de abril de 2011

    2 mundos

    eu disse:
    começa com surpresa e admiração.
    depois, parte pro aprendizado.
    segue por companheirismo, pela parceria ser boa.

    ele não concordou.
    disse:
    começa com um raio.
    depois, vem a luta. dor feroz e inescapável.
    alivia na serenidade da paixão, do amor e do sexo.