há zonas da cidade que evito, uma série de restaurantes
onde não penso voltar. tenho muito medo de te encontrar. só ou acompanhada, tanto faz. minto. o ciúme ataca a horas incertas mesmo depois de tudo se julgar acabado. muito medo de não poder saber de antemão o que vou sentir, como vai ser, não poder antever o golpe. o medo de todas as palavras ridículas, e todas elas serão ridículas, de todos os gestos desajeitado, e não haverá nenhum que possa reclamar como meu. medo de ficar a pensar violentamente em ti du-rante horas, sabe-se lá onde, sem conseguir regressar ao normal correr do tempo. uma intromissão que exige o álcool que se põe, embebido em algodão, na ferida que reabriu para que de novo arda, palavras aflitas de uma conversa em que só eu estou de facto interessado e vou aumentando a parada provocando a memória até que faça doer. e depois o regresso a casa com o corpo anestesiado, a música aos berros, a vontade que tudo se desfaça no instante para o qual falta a coragem. chegar a casa e agarrar numa última garrafa e nas tuas fotografias até me virem os: vómitos, as lágrimas, o ranho que expulse de mim o que guardo no mais fundo e me traz a vida vazia e inútil.
tenho tanto medo de te encontrar que mesmo nunca te encontrando estás mais presente que todos os que vejo girar à minha volta.
onde não penso voltar. tenho muito medo de te encontrar. só ou acompanhada, tanto faz. minto. o ciúme ataca a horas incertas mesmo depois de tudo se julgar acabado. muito medo de não poder saber de antemão o que vou sentir, como vai ser, não poder antever o golpe. o medo de todas as palavras ridículas, e todas elas serão ridículas, de todos os gestos desajeitado, e não haverá nenhum que possa reclamar como meu. medo de ficar a pensar violentamente em ti du-rante horas, sabe-se lá onde, sem conseguir regressar ao normal correr do tempo. uma intromissão que exige o álcool que se põe, embebido em algodão, na ferida que reabriu para que de novo arda, palavras aflitas de uma conversa em que só eu estou de facto interessado e vou aumentando a parada provocando a memória até que faça doer. e depois o regresso a casa com o corpo anestesiado, a música aos berros, a vontade que tudo se desfaça no instante para o qual falta a coragem. chegar a casa e agarrar numa última garrafa e nas tuas fotografias até me virem os: vómitos, as lágrimas, o ranho que expulse de mim o que guardo no mais fundo e me traz a vida vazia e inútil.
tenho tanto medo de te encontrar que mesmo nunca te encontrando estás mais presente que todos os que vejo girar à minha volta.
pedro paixão
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