quinta-feira, 3 de março de 2011

a imprensa impressa e a nova geração

 "Movida por sua índole novidadeira, a mídia comercial não só abraça,  com entusiasmo, o conceito de geração, como ajuda enormemente a  vulgarizá-lo afinado com premissas e interesses do atual estágio do capitalismo.

As matérias jornalísticas cumprem, assim, uma função NORMATIVA, na medida em que colaboram para a difusão de um modelo de comportamento juvenil adequado à configuração contemporânea do capitalismo: flexibilização de seus procedimentos, instalação de imperativos de volatilidade, rapidez e desterritorialização.

O tom, em regra, é de euforia diante de uma enxurrada de novidades, acerca das quais é preciso tomar partido, atualizar-se para “não ficar pra trás”. A imprensa tende a celebrar a aptidão extraordinária dos “cyberkids” perante as máquinas e a festejar as mudanças desencadeadas nos processos cognitivos, quase sem questionar a favor de quê serão utilizados tais saberes e expertises; em geral restringindo-se à inserção na disputa pelo competitivo mercado de trabalho."

Adaptado de:
FREIRE FILHO, João & LEMOS, João Francisco. Imperativos de conduta juvenil no século XXI: a "geração digital" na mídia impressa brasileira. In: Revista Comunicação e juventude. v. 5. nº. 13. 2008.

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